Amor.
Gostaria de poder vislumbrar o vôo e o canto dos pássaros sem querer aprisioná-lo ao meu “mundo fisicamente terrestre” ou sonhar em mergulhar no céu.
Gostaria que fosse o bastante a felicidade de poder guardar na lembrança o perfume e a beleza de uma flor, sem sentir a necessidade de levá-la comigo.
Gostaria de ter o poder de sair do meu corpo, dos “novos eus” que se mostram para mim em cada novo olhar que fito através do espelho, para que eu pudesse, mesmo que por um único dia, olhar o mundo com outros olhos que não os meus e me desprender das minhas raízes, para que assim, talvez, eu conseguisse entende-lo e diminuir a sua solidão.
Gostaria de não querer que sentisse a minha falta quando eu fosse embora, mas que eu me contentasse em saber preencher o seu vazio de alegria fazendo-o sorrir sozinho ao se lembrar do que nos fez sorrir, para te fazer parecer louco em meio às pessoas sãs, para lhe mostrar que às vezes é maravilhoso não fazer sentido algum.