'Goodbye my lover.'
Folhas voam ao vento tal como borboletas, rasguei suas cartas de amor. A caneta rabiscada naquela caligrafia que sempre penei para entender hoje nem precisava ler. Eu sabia o que você dizia mesmo de boca fechada, sabia o que se passava em sua mente mesmo quando fingia não pensar em nada. Nosso passado se foi e como ele eu fui petrificada em sua memória, você não viu as evoluções ou mudanças ocorrendo dentro de mim. Quando externalizei meus segredos mais profundos, minhas idéias mais alucinantes, tudo que você fez foi correr na direção oposta. Você não nasceu para ser um caçador de furacão, não nasceu para me amar. Só sabia fugir da minha fúria incontrolável e natural, da minha (auto)destruição.
Caí em prantos, me tornei cacos esparramados ao chão - que você não veio juntar e nem ao menos tentou colar. De que adianta procurar alguém a vida toda se quem lhe faz inteiro é você mesmo? Nada vale pensar em completitude. Vivemos eternizando esse chamado amor e esquecemos que não precisamos de outro ser para pô-lo em prática, somos capazes disso sozinhos (in)felizmente. O amor é uma relação unipessoal. Sentimentos emaranhados são como um jogador de facas vendado, eles se desamarram e não sabem onde vão parar. Meu último adeus se fez no momento que suas declarações - que eu sabia de cor - se juntou às águas do mar, no belo dia que se tecia ao longe.
"and every true word that you ever spoke
was really decieving.
Now I'm leaving this time
cos this is my last goodbye"