DA ARTE 2
Não é possível falarmos em Arte fora de um “trabalho criativo”. Como produto de criação, ela traz à luz os “sentidos da existência”, nomeando, reordenando as coisas, os entes, evitando que esbarre (Arte) em meras projeções de sentimentos ou, digamos, configurações formais (nem extremos, nem exclusões). A pornografia, por exemplo, o gozo banalizado, as exibições de qualquer natureza ou fetiches (elevando-a a joguete mercadológico) são deslavados simulacros. Na esteira de Leda Huhne, “o ato de criar não é o ato de dar uma forma a um conteúdo, mas é o ato de formar conteúdos, novos e originais”. Pensemos: Van Gogh, Fernando Pessoa, Mondrian, Kafka, e tantos outros, foram extraordinários e incompreendidos exatamente por recorrerem a novos recursos técnicos, modificarem regras artísticas, apresentarem sentidos do mundo. “Testemunharam o mundo cultural em que viveram através de meios inovadores à cultura e revelaram faces permanentes do homem e faces novas que nunca chegariam a ser vistas se não fosse através de procedimentos novos”.