A paráfrase
Estava fazendo, mesmo involuntariamente, uma paráfrase. Não para os outros e sim para ela. Tentava buscar as mais complexas e simples palavras para descrever o que já tinha passado. Passado, exatamente.
“Me abraça assim!”, lembrou.
Mesmo quando o vento batia no seu rosto causando um certo arrepio, sentia o cheiro.
Até no ar parafraseava.
Se pudesse escreveria também, é claro. E descreveria nos mínimos detalhes, ainda.
Talvez precisasse da própria “paráfrase”. Ou não. O contrário? Quem sabe? Ninguém. Na verdade apenas o papel e a paráfrase.