Escuridão

Dói saber que dividimos o nosso coração em partes e cada um doou o seu devido pedaço a outro alguém.

Dói saber que as estações nunca vão estar em sintonia, como uma ópera no memorial.

Um amor assim tão bonito, tão doce e puro...

Perdeu- se entre as musicas, fez um estardalhaço total no tempo e teve o seu fim, e teve a sua pausa, dói saber que um beijo tão doce tornou-se apenas uma lembrança de um passado que merece ser esquecido

Um abraço tão inexplicavelmente sensível que jamais haverá cura melhor, remédio igual.

Ah! Dói, dói no peito amargurado, no sonho de um amor que foi alem do verão e teve o seu fim.

Os corações agora partidos nem se encontram mais, e nunca se encontrarão

Basta ser, e pronto, o tenho na estrada da minha saudade, no caminho da minha fantasia.

Um amor assim, com tantas juras e tantos arranhões de prazer acabou, assim como a brisa, como a chuva que lava tudo o que passa.

Uma tempestade se transformou e nada mais será. Os corações estão quebrados e esquecidos, foram deixados de lado por não agüentarem mais as pontadas da solidão.

Virou um barulho a mais no meio dos gritos, um túnel sem fim, um risco na porta.

E o que antes a carência deixava passar, onde tudo se deixava levar, hoje, as magoas não dão espaço e fecham o tempo lá dentro, transformando tudo em imensas brigas e transtornos, confusões.

Um amor assim, não deveria ter fim, se foi amor...

Poderia ter sido apenas um beijo e um abraço, enfim...

A saudade ficou exposta no retrato e foi para quem quisesse ver, os pedaços pelo chão, a amargura pendurada no colar, bem perto da garganta e o afastamento de dois amantes do prazer, de duas almas que quando se juntaram esqueceram da solidão, mas hoje as luzes estão apagadas, escuridão.

Um amor assim... Teve... (fim)

Gabriela Carvalho
Enviado por Gabriela Carvalho em 06/10/2010
Reeditado em 06/10/2010
Código do texto: T2541643
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