Onde estão os palhaços?

    Esta é uma grade pergunta... ainda sem resposta. Antes de respondê-la temos que nos ater em três tópicos incontestáveis. 1º) Eleitor versus políticos. 2º) Políticos versus ética na política e 3º) Lei Eleitoral versus palhaçadas.
   No primeiro o que se vê é uma completa desilusão do público eleitor com as instituições, por isso se manifesta elegendo, num voto de protesto, o palhaço Tiririca com o coeficiente absurdo de 1,3 milhões de votos para a Câmara Federal.
  No segundo tópico os dirigentes partidários agem ao arrepio da ética na política ao conceder legenda a pessoas despreparadas, baseados unicamente na consequente barganha de votos para engordar suas próprias legendas, uma vez que um candidato popularesco e puxador de votos proporciona a eleição de pessoas também inexpressivas, que de outra forma jamais chegariam a galgar um posto eletivo. 
  E por último pode-se dizer que todas essas palhaçadas acontecem porque a própria Lei Eleitoral, nos termos atuais, assim o permite. E, enquanto a reforma desta leizinha, que tramita em águas turvas no congresso, não sair do papel, – porque não interessa aos donos do circo –  continuaremos assistindo ratinhos e tiriricas dando as cartas e jogando de mão. 
  Entretanto estas eleições proporcionais trouxeram, como resultado, algo positivo: Pelo menos a partir de agora teremos um palhaço, autêntico e assumido, lá dentro da câmara. Ao contrário do que acontecia antes, onde os palhaços  ficavam apenas assistindo do lado de fora do picadeiro: Nós, os eleitores deste País.

Vinícius Lena
Enviado por Vinícius Lena em 05/10/2010
Reeditado em 05/10/2010
Código do texto: T2539225