Canção de ninar

A espera é doentia, como um rio que não deságua em lugar algum não pertence a nenhum lugar, é o desespero na hora do luto, à hora da fuga os olhos calados, cansados uma possessão da coisa obvia cheia de cheiros e formas pra atingir o seu objetivo e ir além.

A espera era o poder de uma alma cheia de maus tratos, de uma ferida cheia de sangue espalhado pelo canto das paredes da casa vazia, estado morto.

Isso tudo é uma linda mentira, encantadora tempestade de meus encantos de olhares mal vistos, palavras entendidas do avesso, é a mentira mais pura, linda, penetrante e solida.

A espera se torna áspera, mão na cabeça para não seguir mais a inesperada espera estrada de ilusões, caminhos cheios de desejos desperdiçados na madrugada, as vontades que vinham cheias de esperanças agora não passam de lagrimas sortidas visões.

A espera virou a grande mentira nem esperou o por do sol chegar, os pés ainda descalços retornam para o mesmo lugar, mesmos passos á escuridão entrou na floresta escura, e perdeu-se, nada de socorro, nada de gritos, nada.

E a dor ainda esta exposta para quem quiser ver, para quem quiser uma diversão, a linda ferida ainda esmaga o botão da camisa e incomoda, as magoas não podem ser esquecidas e o desespero agora é quem pede por socorro.

É a linda historia que todos estavam esperando cheia de planos, cheia de horas marcadas no ultimo minuto, é o canto de esplendor mais belo.

No final se tornou a canção de ninar, a música mais leve e mais calma onde aquele coração cheio de dor ainda não consegue ouvir e os olhos continuam cegos, os dias passam, meses, anos.

Gabriela Carvalho
Enviado por Gabriela Carvalho em 03/10/2010
Código do texto: T2535898
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