Mudando a direção

E hoje eu entendi o reflexo de tudo que ao meu redor ainda não via.

Diante de uma janela ainda semi - aberta eu senti o vento passando sobre minha nuca e estremeci, senti um medo que foi embora repentinamente.

As horas não passavam e o meio dia curvou-se sobre a manha, me senti escrevendo no escuro, completamente sensível ao toque daquele olhar que pela manha avistei.

Como uma água transparente, como um passado que canta levemente sua canção, assim como hoje quando perdi um pouco do cheiro de aroma que motivava os meus persistentes passos cansados.

Finalmente chegou sobre mim alguma luz que iluminava a tristeza.

Perdi-me durante horas naquela praça, voltando aquele sonho antigo, naquele lugar chamado paraíso e demorei muito para perceber que esse lugar não existia apenas se situava em uma via, virando a direita do meu coração e seguindo sempre em frente, ali, bem distante de algo que não possa ser real, diretamente estável, intacto, sem retorno.

Talvez essa noite eu não volte para casa apenas para desfazer dos passos que eu lentamente fui deixando para trás, talvez essa noite eu deixe meu coração em algum lugar dessa cidade maravilhosa, só para respirar sem dor, livre.

Não me diga que é tarde já que eu me encontro perdida nessa mesma via chamada esperança, onde se curva com outra via, o sorriso, juntas se encontram, sobrepostas à avenida da saudade.

Talvez essa noite eu deva permanecer com os mesmo olhos do passado e com a mesma motivação que o futuro me passa, só para me situar em um lugar transparente.

Agora eu tenho que continuar andando é ali, aquela via, virando à esquerda, agora mudando de direção.

Gabriela Carvalho
Enviado por Gabriela Carvalho em 03/10/2010
Código do texto: T2535887
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