Personagens midiáticos
Dias atrás eu estava vendo um telejornal logo nas primeiras horas da manhã quando a repórter coloca a indagação no ar: como as pessoas poderiam gastar o prêmio da MegaSena? Na hora pensei comigo. Nossa porquê a TV ensina apenas a gastar e não em aplicar ou investir o dinheiro para fazê-lo duplicar ou quadruplicar? Bem, percebi também o que já sabia. De nada interessa para o sistema se as pessoas saberão ou não lidar com a situação. Afinal, o que importa é o imediatismo, o que está a nossa frente e as respostas prontas.
É infelizmente esta é a cara da sociedade em que vivemos. Aprendemos a fazer tudo igual, temos que seguir as mesmas regras e os mesmos métodos de aprendizados. Pouco se ensina a sentir ou a olhar para dentro de si mesmo. O que vale é ter, ganhar e adquirir. E assim as pessoas vão crescendo, formando seus clãs sociais e suas "ideologias" de vida. Damos o sangue para coisas que nem a nós pertencem. Nos preocupamos com notícias maquiadas, injustas antes mesmo de se transformarem em manchetes e ficamos aterrecidos.
Às vezes acho que tudo é uma enganação. E isso me fere muito. Fico abismado com tanta mentira, tamanhas idiotices, crescentes bobagens e nós quietos, sem mover uma palha sequer. Os meios de comunicação que deveriam defender os cidadãos investem a maior parte da programação para incentivar o consumismo. Quem não consome se frustra e acaba tendo que tratar uma futura depressão. O presidente fala que o Brasil está melhor, mas os serviços continuam caros e bem ineficazes. Os barracos voltam a cair em janeiro e os preços tem que seguir o índice da inflação. A Terra está girando e a energia cósmica nem imagina o que acontece aqui dentro.
O Universo faz a sua parte e os seres humanos fazem a sua do jeito que acham melhor. Mas está errado. O planeta está doente. A natureza está dando suas respostas e nós continuamos preocupados se time X ou Y será campeão brasileiro. Esta é a questão. A mídia domina a maior parte da população. O Tiririca é a mídia. Um personagem que conquista pelo que apresenta e não pelo que é.