Sou mais pensador que atuante



Sou mais pensador que atuante. Por certo é mais fácil, mas ainda é melhor do que os atuantes que são incapazes de qualquer análise racional ou crítica, não por serem ignorantes ou limitados, e sim, pior, por serem mal intencionados e corrompidos pela manutenção do atual status quo social. Principalmente por isto eu deveria ser mais atuante.
 
A omissão, quando o assunto é a desconcertante desumanidade do liberalismo econômico, apenas permite a este perdurar e crescer chegando hoje condição de super liberalismo econômico. E a dignidade humana parece apenas existir para os que são capazes de vencer neste desigual mundo social, econômico e cultural.
 
O sistema parece maquiavelicamente misturar os conceitos de liberalismo social, com liberalismo econômico. Sou a favor de atitudes liberais quanto a forma de viver, onde todos tem o direito de agirem desde que resguardada apenas a dignidade humana e social. Em contra partida sou contra o conceito de ultra liberalismo econômico, onde o poder econômico é tudo.
 
Os que “estão bem na foto” afirmam que o liberalismo permite igualdades de oportunidades, e que a seleção do mais forte merece ser o critério de desempate para selecionarmos os vencedores.
 
Santa e absurda defesa do ridículo. Oportunidades iguais para pessoas de absoluta desigualdade social! É ridícula esta assertiva.
 
Filhos das classes burguesas a abastadas, nascem de mães bem nutridas, possuem bons lares, bons médicos, alimentação farta, recebem motivação, jogos, teatros, cinemas, livros, ótimas escolas, professores particulares, viagens pelo mundo, bons cursos, ótimas faculdades, estágios nas melhores empresas, não necessitam trabalhar enquanto estudam, podem sem trabalhar fazer mais de uma faculdade, cursos de pós graduação, mestrado, doutorado, pós doutorado (no Brasil e/ou fora do Brasil),  e assim por diante... Estes concorrerão em “igualdade de oportunidades” com o menino ou a menina que filho de um desempregado, passa fome, não possui motivação, estuda trabalhando, ou melhor freqüenta escolas (se freqüenta) trabalhando, mal terminam o primeiro grau, e assim por diante... Como é justa esta igualdade de oportunidades.
 
Por isto necessitamos ter a coragem de atuar e buscar princípios sociais que freiem o ímpeto aético e desumano do liberalismo econômico.


Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 29/09/2010
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