A beleza não tem preço
Hoje cedo quando acordei;
Fui a uma feira livre;
E dois buquês de flores avistei;
Presos a cordões de vime.
Como pode ter preço?
Tanta beleza e sensibilidade;
Cortadas sem nenhum apreço;
Por seres humanos selvagens.
Arrancadas de seu ambiente;
Por puro egoísmo comercial;
São vendidas como enfeites;
Extirpadas de seu potencial.
Na tentativa de libertá-las;
Daquelas amarras grosseiras;
Coloquei-as em água cristalina;
Límpida e benfazeja.
Dentro de alguns minutos;
Ao som melodioso de Vivaldi;
Já expressavam para o mundo;
Saudosa energia universal.
Não será mais elegante?
Deixá-las ao ar livre:
Admirá-las como amantes;
Para que a vida se regozije.
Por que tiramos a essência;
Dádiva gratuita da criação;
Destruímos com veemência;
Para uma existência de ilusão.
ACCO