ROTINA E VIDA: Ilusões de poder o que não se pode.

Preciso que todos meus afazeres caibam no tempo que tenho! Na verdade, não ‘tenho’ o tempo, só acredito que terei. É ele que me possui. Prova disso é que me controla, modifica. Caso queira me enganar posso pensar que ‘tenho’ o agora, que é muito breve...isso é, se o agora existir. Existe instante?

Brigar com tempo! Tentarei essa façanha, ou me renderei à limitação humana, reduzindo as impossibilidades a um suspiro de quem se entregou por que não podia mais? Eu tenho escolha?

Contudo, a questão maior diante de tais constatações é saber, se no final da rendição (caso queiramos admiti-la de imediato), o que predominará é a culpa inócua por não ter feito o que não pôde, a resignação de quem aceita fácil, ou ainda, a indignação que nos lança para a luta (injusta é verdade!) na qual desafiaremos todos os limites?

Entretanto, será que as mais belas descobertas que fizemos em nosso ser, não se deram quando, na tentativa de superar o ‘insuperável’, descobrimos o que podíamos ser no meio do caminho?

Para viver, é preciso fé em algumas dessas possibilidades! Escolher uma delas. Nem tudo é tão calculado. Quando ousamos calcular, o tempo invade nossas sofridas tentativas e "zera" tudo sem pedir licença....E AGORA? AH! JÁ PASSOU ... .... .... ....FIM?

MARCELO LIZARDO
Enviado por MARCELO LIZARDO em 20/09/2010
Reeditado em 20/09/2010
Código do texto: T2508636