A DESCRIÇÃO DE UMA MULHER QUE ENVENENA

Sim, ela me envenena. Sempre me envenenou; seja por dentro ou por fora, eu vivo preso minhas lembranças, dentro das paredes da escola. O Amor era puro e liquido, e tão precioso assim como o mercúrio é para os outros metais, escorreu pelos dedos e o pobre coração sólido, e confuso, ficou na mão sentindo o amor indo embora, aos poucos, lentamente se afastando, era angustiante pensar que não podia faze nada. Ah! Ela era linda! Linda! Linda!

Pobre o coração, que por falta de amor ficou seco e endureceu na solidão, e, os outros então o olharam sem saber o que acontecera com ele, e o tacharam de cruel, monstro, “onde já se viu um coração seco e duro?”.

O coração, que parece o mais indomável é na verdade adestrado, e que já tentou varias vezes se jogar no chão, tentando ao menos resgatar um pingo daquele amor, mas não encontra nada, nada alem de feridas. Ele ainda espera por ela.