Filhos e Acertos do Passado

Quando olho para trás vejo tanta coisa que hoje faria diferente... não vou dizer que errei ou acertei – somente que faria DIFERENTE.

Por exemplo: sempre fui desde criança uma ótima estudante! Aluna nota 10!

Acertei em ser assim? Provavelmente sim... mas hoje faria diferente! Estudaria um pouco menos e me divertiria mais. Teria mais amigos na escola, aproveitaria mais minhas tardes de domingo, viveria mais a minha infância...

E assim, se formos analisar nosso passado em todos os seus aspectos – família, amigos, romances, compromissos, estudos, trabalho, metas, lazer, etc etc – com certeza perceberemos que gostaríamos de retornar ao passado para fazer diferente.

Notícia importante: voltar ao passado não é possível!

Mas... nunca é tarde para mudar... e não só mudar a nossa vida, mas também a relação com nossos filhos e a expectativa que temos em relação a eles.

Aproveitando meu exemplo anterior, não tenho vergonha em dizer que NÃO DESEJO, de maneira alguma, que meu filho seja o melhor aluno da classe! Não espero de forma nenhuma que ele tenha sempre as melhores notas ou que se sobressaia aos coleguinhas em todas as situações. Não! Pelo contrário, espero que ele tenha muito mais amigos do que eu tive, e que saiba encontrar na escola mais do que o aprendizado de português, matemática e outras matérias. Desejo do fundo do meu coração que ele vivencie nesta infância uma grande quantidade de momentos incríveis, daqueles que nos marcam tanto a ponto de lembrarmos para o resto da nossa vida, sempre com um sorriso acompanhado à lembrança.

Se eu conseguir proporcionar isso ao meu filho, será como acertar as contas comigo mesma e com meu passado.

Se eu encontrasse uma máquina do tempo e voltasse à minha adolescência, eu namoraria mais, teria mais segredos com minhas melhores amigas e menos seriedade com estágios e oportunidades de futuro e trabalho.

Puxa, a máquina do tempo ainda não foi inventada! Então espero que meu filho tenha uma adolescência feliz e sadia, tanto no aspecto físico quanto emocional. Se ele tiver seus segredos, como mãe, espero saber respeitar – afinal, todos têm direito à seus pensamentos e desejos íntimos. Peço a Deus que eu não seja uma mãe super controladora ou super protetora, a ponto de acabar com a magia da juventude que meu filho tem o direito de vivenciar.

Ah, se eu pudesse acordar e descobrir que tudo foi um sonho e que ainda tenho 18 anos! Certamente minha primeira atitude seria cancelar aquele curso de faculdade que mesmo detestando eu cursei até o fim!

Ok, acabei de me olhar no espelho e descubro que nada mudou... os 18 há muito ficaram para trás... Mas não tem problema! Quando meu filho tiver 18 anos não vou pressioná-lo para escolher logo sua profissão. Sabe aquele papo de passar no vestibular aos 18, não perder um ano sequer? É papo furado! Hoje sei que deixar passar um, dois ou cinco anos não é perca de tempo – é espera pelo amadurecimento! Qual o problema se uma pessoa adiar o vestibular até os 24 ou 25... até ter certeza do que realmente deseja cursar e posteriormente exercer como profissão?

Não quero dizer com esse texto que meus pais erraram ou me pressionaram... e que agora com meu filho eu vou acertar! Não, isso é papo furado também! Porque com certeza, como mãe também irei errar... mas pelo menos tenho hoje a chance de me auto-avaliar e tentar, através de meu filho, acertar as contas comigo mesma e com o passado, trazendo mais alegria e felicidade a este ser tanto amo e só desejo o melhor.

Lady J
Enviado por Lady J em 19/09/2010
Código do texto: T2507858
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