ARQUIPÉLAGO
Eu sou do tempo
em que todas as Mães amavam seus filhos,
pois amar é honrar e proteger -
e cada Homem honrava sua família,
pois honrar é amar e proteger...
Mas esse tempo
jaz imerso na bruma das eras,
já pertence à eternidade do esquecimento.
Hoje, com assombro vejo como elas ainda parem seus filhos
e, no momento seguinte, já os entregam nos braços do mundo...
Já ninguém sabe quem é,
e ao se olharem, já nem sabem quem são.
E se abraçam, dia e noite, apenas às suas tolas vaidades,
veleidades de um sonhar profano.
Oh! Todos cegos e insanos
que alucinam em febre de fantasias,
têm visões e simplórios desejos:
querem ser eternamente jovens
e, de alguma forma, tornarem-se
rainhas e reis...
E assim, seguindo modernos costumes,uma nova tradição-
tornam-se inúmeras e pequeninas ilhas
isoladas no desvairio da Ilusão!