COISAS

Por que tudo na vida tentamos classificar, elencar, qualificar, ordenar, ..., quais e de que formas as coisas são importantes para mim, para você, para nós, para todos?

Por vezes somos injustos com estás coisas e da maneira como estão? Preocupamos-nos muito e inconscientemente, em diversas ocasiões, distorcemos os fatos, prejudicamos o espaço, ferimos a essência de cada coisa, de cada simples coisa, mesmo das mais tolas e fúteis, porém, únicas e que necessitam de espaço. E por quê? Por status, vaidade, poder... Por que, se em geral não temos claro que só estamos buscando nossa felicidade? E será que desta forma conseguiremos ser felizes?

Chego a pensar que o ser humano e sua raça é uma representação patética e distorcida da realidade, cada um num universo paralelo, sem dignidade ou senso de verdade, sem caráter, sem vontade, atrás de coisas e mais coisas que lhe toquem em seus sentidos, sentimentos, esquecendo que na verdade são muito simples as coisas que precisamos. E não nos importamos, não cuidamos e tão pouco cativamos. O pior, muitas destruímos sem que percebamos.

Este ciclo de coisas não fecha, não se sustenta. Não temos clareza da felicidade futura, não temos clareza nem do que chamamos felicidade, apesar de sempre buscá-la, mesmo com coisas, hoje obscuras ou escurecidas por nossas retinas, ainda nos perturbam, sem falar das outras, coisas, que não nos contemplam ou quem sabe complementam, ou ainda correspondam as nossas medíocres vontades, necessidades, expectativas, ou como pensamos que mereçamos, sem ao certo merecer, e muito longe de sermos dignos de merecer.

Ah, coisas. Ah, estás coisas, bens, fatos, serviços, pessoas, pessoa, tudo aqui representado por coisas, ordenadas com imperfeição. Coisas gerando coisas. Coisas interagindo com coisas e com a própria coisa, elencadas com uma coisa irracional, que deveria ser a coisa mais importante, porém ainda irracional. Ah, coisa pulsante, errante, aprisionada dentro de uma coisa com vontade de irradiar, parecendo que vai pular pela coisa, com vontade e intensidade. Mas de que coisas ou coisa estamos mesmo falando?

Está coisa, ou coisas, ou coisas formadas de outras coisas, variam de momento para momento, de situação para situação, de coisa para coisa. Não tentem, ao ler está pequena coisa, entender a coisa que quero, ou que me aflige, ou que me agonia, ou que me dá alegria, ou que me dá assas para voar e divagar. Ao certo nunca saberá. Apenas imagine e reflita as coisas que também mexem com você, e nenhuma coisa mais. Sem certo ou errado, coisa está criado por coisas como nós de forma a rotular e estereotipar qualquer coisa, apenas imagine e crie também suas coisas. Porém com a alma de uma criança, uma coisa pura, que faça refletir, crescer, ser, viver.

Mesmo que coisa nenhuma possa esperar, menos ainda da maneira como realmente quero, sou sempre grato pela interação, sou sempre grato pelo crescimento, sou sempre grato pelo aprendizado, sou sempre grato pela coisa, pela coisa da coisa, ou pela coisa da coisa da coisa, mesmo das que nem coisas são mais... Ah, também se julguei coisas que me fizeram mal, ainda sim pude apreender e percebi que existia uma coisa em mim que julgava e não deixava observar o que aquela coisa tinha feito de bom e de bem, e para estas coisas peço desculpas de forma a transcender, nem que um pouco ou por um breve instante toda a ignorância e inferioridade que vive em mim.

Este texto está uma coisa, e mesmo que pareça estranho ele significa alguma coisa. Talvez o meu momento, estado de espírito ou qualquer outra coisa. Talvez não diga coisa com coisa, mesmo em pensamentos sem coisa, ele ainda é uma coisa, mesmo que sem forma, ainda é uma sensação.

As coisas devem ser simples, não podemos esperar nada delas, apenas contemplar e interagir. Deixemos as coisas de lado à procura das que realmente importam. Sejamos homens, ou a coisa que isto significa, de forma menos patética, ignorante, ou viril. Cuidemos das coisas, sem medo de possuí-las, porém com um sentimento de nunca tê-las, já que não se pode ser dono de coisa alguma. Nem mesmo dá nossa coisa que pulsa e tem temperatura constante de 36 ºC, já que está é só uma coisa que temporariamente guarda uma essência que vai muito além desta coisa.

Ora bolas, que coisa... Que coisas... Eu já disse muita coisa e espero que estás façam sentido nos momentos de reflexões das coisas de cada coisa, que cada um entenderá de maneira ou coisa diferente.

Diego Fernandes

12/09/2010

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Diego Fernandes Emiliano Silva
Enviado por Diego Fernandes Emiliano Silva em 12/09/2010
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