Vida vazia

Não quero uma vida de mentira. Não quero 1000 amigos lotando meu orkut e nenhum ao meu lado, pra me abraçar quando eu mais precisar.

Nem a falsidade das pessoas que me seguem no twitter mas nunca leram meus livros, nem sequer aqueles que escrevo todos os dias em menos de 140 caracteres. Eu não preciso saber de todos os seus passos vazios, do que você fez no verão passado ou no último feriado. Dispenso a esmola daqueles que vêem em mim um fracassado. Que pensam que eu sou infeliz por não ser rico ou coisa que o valha. Talvez pelo fato de eu escrever tanto sobre dor, despedidas, morte ou saudade. Não sei.

Na verdade, eu tenho pena de vocês. Vocês que, a bordo dos seus jatinhos, nunca saberão o que é voar com suas próprias asas. Dos seus corações tão cheios de ganância e inveja, que não tem espaço para o amor e a caridade.

Eu sinto muito. Porque na frente desse computador, sua vida passa depressa. E porque nunca sentirá o prazer de ver o mágico toque da pena no papel e a verdadeira mudança que isso traz. Seus dias estão cada vez mais monótonos, solitários, sedentários. E quanto mais amigos hipotéticos você faz, mais vazia é sua vida. Me entristece saber que essa mulher maravilhosa ao seu lado, mais uma vez, aturou sua dor de cabeça. Que seu filho não te viu torcer por ele no jogo de futebol, nem abraçá-lo na vitória. Tô arrasado por ver que, enquanto você se preocupa com coisas absolutamente sem importância, com pessoas sem importância para as quais você não tem a mínima importância; enquanto isso, você acabou desaprendendo a viver a vida real. Pior, se tornou incapaz de nutrir verdadeiros sentimentos e de sonhar.