DO ATO CRÍTICO.
Ato crítico é o empenhar-se do sujeito em leituras literárias (no caso) tendo como principais ferramentas a INTELIGÊNCIA e a SENSIBILIDADE estribadas, é claro, em sistematizações teóricas sem, contudo, se deixar conduzir por ortodoxias que tolhem uma das verdades mais evidentes: não há conclusões acabadas, definitivas.
O ato crítico parte da obra, dela extraindo a substância analítica indo ao encontro de uma fundamentação teórica, segundo decisão política de quem analisa. De modo que, no reino da Literatura não há lugar para ingenuidades. No dizer do mestre Bosi: “refazer a experiência simbólica do outro cavando-a no cerne de um pensamento que é teu e meu, por isso universal, eis a exigência mais rigorosa da interpretação”.
Não vou me ater a uma exposição de metodologias analíticas, mas faço questão de citar algumas. Há análise de puras impressões que o texto causa, sem dúvida, é a mais ingênua. Temos os métodos biográfico, histórico, psicológico, sociológico, filológico, estilístico, formalista, estruturalista, fenomenológico, new criticism, temático, semiológico, impressionista, psicanalítico, hermenêutico, teoria da recepção e por aí vai.
Infelizmente, um método muito em voga é o "merdorrágico". O sujeito se julga competente para tal ofício (crítica literária) e tome "falação de merda". Abrenúncio!!!
Quem (apesar do que digo acima), não quiser que seu trabalho corra o risco de ser verdadeiramente criticado, que o mantenha para si, engavete-o, não o propale. Ora, ninguém precisa pedir licença para criticar um texto literário. Não estou aqui defendendo este ou aquele cidadão, digo isto por ser um sujeito da área.
Este site é aberto, não é um clube da “luluzinha”, nem do “bolinha”. Aqui, vemos de tudo, quem não agüenta o tranco que se mande, tenhamos a santa paciência.
Se alguém postar algo de que vier a não gostar, deleto e pronto. Até hoje, sempre fui tratado com respeito, com deferência, pois assim trato os outros também. Há, sem dúvida, malandragem correndo solta, mas essa gente – que não é boba coisa nenhuma – evita a seriedade, a competência, como o diabo corre da cruz. É patota manjada, bem manjada mesmo.
As coisas, amigo, não são o que parecem, faça um esforço na busca dos gestos semânticos profundos daquilo que se manifesta e você acabará descobrindo a verdade.