Vai com Deus!
Vai com Deus disse-me ela
E eu fui saindo com a frase ainda na cabeça, fresca, se reformulando
Andando em minhas sinapses, pausando apenas para pensar em respirar
Espera pensar em respirar... eu estava pensando para respirar
Isso é bem grave eu acho, suponho, mas enfim
Fiquei refletindo naquelas palavras...
Sonhando baixo, voando alto
Enquanto sentia o vento passar cortando os ouvidos
Imaginei se acreditava no que ela havia me dito a pouco
Com Deus? mas com quem mais eu iria?
Com Deus, ela sabia de que Deus falava?
Ou simplesmente era uma convenção fazê-lo
Ela me deseja proteção, ou apenas necessitava de uma frase final
E que final!!!
Desarranjada, pensando, criando e supondo eu fui andando
Meio sem destino, sem crença, sem saber o que fazer...
Mas com Deus... e com ela que me havia dito pra ir com ele
Não parei um instante sequer de pensar em ir com Deus e nela
Convenções ou crenças, fé ou costume?
O que foi aquilo de verdade, o que o é todos os dias?
É como responder que nada vai bem quando nos perguntam "como esta"
Quem queria saber?, era só um jeito mais simpático de dizer olá
Ou não...? ou é mesmo pra ser respondido?
Não sei, ninguém me disse...
Mas é inegavel o automatismo com que perguntamos mesmo sem interesse
Ou como desejamos sem desejar
Nem tenho idéia dos porquês
Não me acostumo aos costumes
Mas onde eu estava, ainda sem fala, só pensando e caminhando
Me enrolando, distraida, perdida
Não sei como cheguei, nem por onde andei
Com um espiríto maroto de quem nada entendeu
Só sei mesmo que fui com Deus