O ano: Correntes
Ouço em silêncio as flutuações que existem no mundo. O respirar, o suspirar, o contorcer, toda as emanações possíveis que aqui existem.
Não existe nenhuma e nem outra mais importante, todas, compassadas e intermitentes são únicas, estão lá para deixar uma assinatura no tempo e no espaço, mas sempre anseio por mais.
Estou acorrentado pela minha mente analítica, contemplo o passado, o presente e o futuro e faço conjugações mentais sobre todos os eventos que hão de acontecer, mas, mesmo assim, não consigo me ajudar, por mais que eu saiba sobre o mundo, de tudo e de todos, a manipulação de si mesmo não recaí em poderes da minha pessoa.
Estas correntes não me separam do mundo ao meu redor e sim me deixam ainda mais uno com ele. Mas, creio, que esteja na hora de sair daqui. De se conjurar, não ficar mais triste com o que passa ao meu redor.
Deixar a minha mente analítica para trás e partir para o julgo dos outros.
Mas as correntes estão aqui e, ainda, continuam indivisiveis, resistindo a todo custo a tudo e a todos.
Um dia... um dia tudo estará claro para mim, e, neste dia, nada mais irá me escapar.