Em nome da Ciência.
Na aurora da pós-modernidade surge uma possível solução para o tratamento das doenças degenerativas, o uso de células-tronco, especialmente as embrionárias, o que seria uma façanha enorme, entretanto, estamos esbarrando numa questão ética, colocada principalmente pela Igreja, mas porque esperar a Igreja se o Estado é laico?
Temos a chance de fazer com que as pessoas que sofrem doenças como: Parkinson, Alzheimer – só para citar alguns exemplos – voltem a ter uma vida um pouco melhor. Isso não é errado, pois se temos um mundo em que seja confortável viver, quem nos deu isso foi o homem com a sua capacidade de criar e reinventar as coisas. Todas as tecnologias que fazemos uso, quem inventou foi o homem. A ciência não quer o mal, o grande problema é que ainda existem grupos que acham que só eles fazem o bem. São notáveis e promissores os avanços da biotecnologia. Devemos, certamente, alegrar-nos com os resultados das pesquisas que conseguem utilizar células-tronco para refazer tecidos degenerados e para outras aplicações.
No Brasil, a separação entre a Igreja e o Estado foi efetivada em 7 de janeiro de 1.890, pelo Decreto nº 119-A, e constitucionalmente consagrada desde a Constituição de 1.891. Para Rui Barbosa, "de todas as liberdades sociais, nenhuma é tão congenial ao homem, e tão nobre, e tão frutificativa, e tão civilizadora, e tão pacífica, e tão filha do Evangelho, como a liberdade religiosa."
Entretanto, a principal barreira colocada é pela Igreja e pelos grupos a ela ligadas. O uso de células-tronco não fere um direito divino, já que só são usados embriões que, mesmo que fertilizados, não resultaram em gravidez. Não negamos a existência do Transcendente, apenas defendemos o Direito da Ciência de melhorar a vida das pessoas que, muitas vezes, são rejeitadas pelos próprios religiosos.
É preciso somar esforços para atender sempre melhor os que sofrem doenças degenerativas e os portadores de necessidades especiais. A maioria dos países da comunidade Européia, além do Canadá, da Austrália, do Japão e de Israel aprovaram pesquisas com células embrionárias. Essa é também a posição das academias de ciência de 63 países, inclusive a brasileira. É fundamental que a nossa legislação também aprove estas pesquisas porque elas poderão salvar inúmeras vidas!