CriaAÇÕES
Estou atenta. Reverbero decisões antecipadamente concebidas.
Cada ato filtrado nas precisas teias do idioma conhecido.
Os sentidos aguçados, em ânsia animal, buscando a presa.
Encontro-a, envolvo e domino. É minha, apodero-me...
Assim, inerte em minhas mãos, transformo em arte: poesia!
Outras vezes, com golpes imprecisos, ataco-a, despedaço-a,
Em desconexos arremedos e catarses: Loucura?
Algumas vezes, deixo-me por ela, vencida, inebriada,
Ser guiada ao mundo desconhecido: Sou poeta, poetisa,
Escritora vil que em palavras silencia sua ânsia em viver?