Ética incipiente

Ética incipiente
 
Um chipanzé é capaz de se afogar tentando salvar seus pares. Chipanzés param de comer recusando alimentação se percebem que este ato proteja outros membros de seu grupo de serem feridos. Eu não tenho outro nome para isso do que algum princípio ainda básico e incipiente que seja, para ÉTICA. Isto pode não significar uma moralidade sofisticada, mas aponta para princípios claros de ética comportamental.
 
Estudos recentes apontam que animais outros que o homem, possuem conceitos rudimentares de ética.
 
Não desejo que acreditem no que falo, mas podem pesquisar em “FRANS DE WAAL (Primatologista e psicologo da universidade de Emory)”., ou em “ MARK BECOFF (professor emérito da universidade do Colorado)”.
 
Isto mostra que a moralidade tem alguma origem inata nos animais e assim, também é fruto da evolução e da seleção natural. É óbvio que no homem, com sua maior capacidade mental, a necessidade de aprimorarmos o conceito ético visando permitir uma convivência mais pacífica foi muito acentuado.
 
Pode ser que frustre alguns, mas a animalidade e a ética têm origem na consistência mental dos animais que nos serviram de caminho “hereditário”, que alguns acabam aceitando unicamente como instinto. Mas isto será assunto para outro texto.
 
Não me sinto, em absoluto, ofendido com isto. Pelo contrário sinto-me mais integrado com a mãe natureza e corrobora ainda mais minha visão de que somos frutos de uma evolução aleatória que nos permitiu chegar até aqui.
 
Mais ou menos como falou “Thomas Henry Huxley”, o “buldogue” de Darwin, eu prefiro ter um ascendente símio, do que um irmão grosseiro que não percebe a beleza da natureza.
 
Huxley defendendo a evolução na conhecida discussão com  Samuel Wilberforce, que teria perguntado se foi "através da sua avó ou do seu avô" que ele (HUXLEY) "alegava a descendência de um macaco". A resposta de Huxley foi clara e ovacionada pelo público: "Se a questão é se eu preferiria ter um macaco miserável como avô ou um homem altamente favorecido pela natureza que possui grande capacidade de influência mas mesmo assim emprega essa capacidade e influência para o mero propósito de introduzir o ridículo em uma discussão científica séria, eu não hesitaria afirmar a preferência pelo macaco". 

   
 
É bem verdade, que apesar de inata, muitos de nós humanos, estamos sem pratica-la a algum tempo. Apesar da ética ser um princípio que nos acompanha, a luta pela sobrevivência, durante a longa e penosa caminhada nestes últimos mais de cinco milhões de anos, privilegiou outras partes do nosso cérebro, e hoje, com a nossa inteligência racional, como bem falou REGINA COELI CARVALHO, estamos nos esquecendo de praticar ética.
 
Somos humanos exatamente pela humanidade que possa nos envolver. E Dignidade Humana passa por Ética Humana e Natural. 

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 30/08/2010
Reeditado em 30/08/2010
Código do texto: T2467514
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