ao meio dia, no meio da vida.
Fechei o sol pela janela
Outros pousaram em marte.
Quantos puseram sua parte.
Palitiei os dentes
Num movimento de impulsionar,
Numa girada de cabeça
De três em cada quatro irmãos
De seis em cada oito limões.
Cortei, medi, embrulhei, despachei.
Foi numa transação a vista
Todos os prazos validados.
Não enxergo nem os ratos
Quanto se deu pelo seu fracasso.
Meu colírio sem um pingo
Eu nunca usei daquilo.
Foi-se um tempo
Longos anos
Que passaram
E ninguém gritou.
Olha em volta
Tudo a volta
Nada volta
Ninguém nota
Se eu riscar daqui
Ou se eu ficar sem ir.
Hoje animais em composição
De um estado, de um fardo,
Não há galho que não suporte
Um macaco.
Nossos penteados
E pentelhos.
E todo o resto
Com shampoo,
Chapinha e torturas
de tirar cutículas.
Quanto vale pensar
Cidadão?
Se a cidade lhe deixou sem ir
Se você ficou ou não está aqui.
Eu só queria alguns momentos
Alguns que fossem inesquecíveis
Outros tantos que tentei apagar
Nunca me esqueci de não lembrar.
Qual seria o gosto
Se o contrário fosse
E não tivesse rosto.
E não pudesse ser exposto...
ao meio dia, no meio da vida.