Degradação Sonora na Sociedade Desregrada

O ditado popular diz:"Gostos não se discutem". Essa máxima pode até ser verdade, mas quando se fala de algo que opera uma desmoralização no seio da sociedade, então, é hora de revermos o conceito. É difícil convivermos com um fator que causa atrofiação cultural por falta de identidade musical. O "funk" é uma ameaça, em potencial, à uma sociedade que tenta criar uma cultura do "gostar da boa música" (mesmo que em muitos casos, esta não seja perceptível por não ter atingido os critérios exigidos pela elite de critícos ou pelo próprio canôn musical). O que mais pesa nesse ritmo musical é a pobreza na sua letra, na verdade, é uma mesquinhez de quem a escreve, porque não tem sentido nem envolve o contexto em que ela se encontra. Sabemos que a música é livre e nela expressamos o que sentimos. Mas como alguém que não sente nada, que é vazio na sua cultura pode expressar alguma coisa? Assim acontece com o "funk" e os "funkeiros de plantão". Outra questão que nos preocupa é a abordagem dos temas nas músicas. Sabemos que outros ritmos já fizeram apologia à violência e a prostituição, mas o "funk" é muito pior. Uma coisa é retratar a realidade social e outra é fazer uso dessa realidade para obter recursos financeiros e apregoar a destruição de vidas. PENSE BEM! A finalidade não é banalizar as pessoas que gostam ou escrevem, mas é de pensarmos juntos sobre o tipo de cultura musical que estamos vivendo e qual estamos plantando hoje. Sabendo que a próxima geração pode não ter uma referência de "boa música". Pense como alguém que preza pela música de qualidade. Escute músicas que proporcione condições de crescimento e reflexão. Divulgue o que te alegra e faz bem à alma. O bom som causa em nós um estado de bem-estar e conforto. Abraço a todos!

ENSAIOS DE VIDA. Edinaldo Formiga. São Paulo: 20/08/10.

Edinaldo Formiga
Enviado por Edinaldo Formiga em 21/08/2010
Reeditado em 21/08/2010
Código do texto: T2450853
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