Quando o escuro me envolve eu me revolto ou me conforto?
Quando as sombras do mal apossarem-me
Não vou querer gritar nem me rebelar
Deixarei, assim, quem sabe me levarem,
De modo prático e rápido
Sem medos nem traços de dor ou revolta
Apenas um semblante abobalhado como de quem estivesse no circo
Esse é o meu risco
A ironia que conquistei na vida
Quando a cortina do mal se cobrir diante dos meus olhos
Será somente o começo do meu fim
Não vou querer partir
Permanecerei implacavelmente ereta e forte na minha intuição
Quando as trevas minha alma sucumbirem e a luz do dia não, mas ter efeitos sobre mim.
Vou sentir partir de um lugar quente e suportável
Para um frio terrível e desaconchegante
Será o pagamento pela minha vida terrena?
A Sentença final?
À vida banal?
Sentirei a gélida tumba aqueçendo os meus pensamentos efêmeros...
Talvez esse realmente seja o meu desejo final
Ser coberta por todo mal e relembrar o quanto fiz da vida uma zona banal...
Não terá choro nem vela
Nem cravos ou rosas somente um corvo a observar longinquamente
A deterioração da vida humana
A aversão aos sentimentos morais
O desejo do mal esquadrinhando no túmulo das lembranças
De um dia ter sido uma doce criança, não me faz bem recordações de infância...
Desejando...
O buraco, negro, frio e fundo nos esperando...
Quer a minha ajuda pra uma decida mais leve e um pouso rasante?!
Estarei a meio km te esperando.