Um porão humilde
É sabido que mandar alguém que nos irrita, repugna ou contraria para o aconchego do útero materno (vulgo, puta que o pariu) tem uma consequência inacreditável no nosso estado de espírito. Há uma sensação de calma e leveza que ocupa o nosso ser, e, sejamos sinceros, tranquiliza mais que o Prozac.
Quem nunca pensou que a sua vida seria mais simples se um ou dois seres humanos desaparecessem?
Hoje tenho algo para vos ofertar: um porão. Ofereço-vos um porão à prova de barulho, de onde é impossível fugir, e do qual só vocês sabem o lugar em que se situa. Oferto-vos um esmagador poder, porque quem vocês puserem ali dentro... estará sujeito a vós. Aliciador, certo? Não disfarcem esse sorriso ardiloso, cai-vos bem. Eu aprecio.
Ignorem o politicamente certo e a Anistia Internacional, façam de conta que eu sou um padre, o vosso segredo morre comigo, quem gostariam de pôr neste porão? Seria ocupado por pessoas que gostariam de ter à vossa mercê ou apenas por seres humanos que vocês jamais mais desejariam ver na vida?