Lago de Lágrimas Vermelhas

Eu chorei sim!

Mas foi de fora para dentro, pois ninguém sequer percebeu. Meus lábios mentiam um leve sorriso e minha voz falava poucas palavras sem sentido, só para me distrair. O mundo escureceu ao meu redor e o tempo aos poucos diminuía a velocidade, um colapso, um transe, um lento golpe rasgava meu coração que ia lutando para não se afogar naquele imenso lago de frias lágrimas, lágrimas de sangue. Em um segundo, meu sangue fervia nas veias, passando como um veneno ácido, entorpecendo meus pensamentos, uma mistura de ódio e decepção.

Eu segurava o choro com toda a força que pude encontrar, força recuperada pela raiva. Minha vontade era perder o controle, gritar e dizer tudo para quem quisesse ouvir.

Mas mantive os pés no chão, ainda que desejasse voar e me perder na imensidão insolúvel chamada 'dor' e, no meu mundinho escondido, chorar tudo o que eu tinha sufocado no peito e na alma.

Ah! Se soubesse o mal que me causou e como esmagou o último pedacinho de paixão que permanecia encarcerado em meu coração, e o que mais doi é saber que ainda restaram migalhas desse amor.

Tenho que admitir que não podemos modelar as pessoas ao nosso 'padrão', então, o que me resta é esquecer, mesmo que seja mais difícil do que eu pensava e mesmo que depois disso eu esqueça o que é amar, sei que encontrarei outro coração que me ensinará novamente.!

Ana Luísa Ricardo

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 16/08/2010
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