MUNDO DAS DROGAS

MUNDO DAS DROGAS

Viajando por uma estrada perdida, eu me achei

E achei meus princípios

E achei minha mente e meu espírito

Mas me rendi e pude ver de longe, mãos me acenando e suplicando pela minha volta

E pude sentir as lágrimas escorrendo pela minha face

E meu corpo se entregando às forças ocultas

Eu tentei me sustentar...

Mas as mãos acenavam tão perto agora...

Minha mente se perdeu e minhas mãos tentavam agarrar o passado

O passado foge de mim, e como foge

Tento pôr meus pés no chão, mas eles queimam com o fogo

Que cobre o meu caminho

E são só brasas...

Existirá uma maneira de achar o caminho?

E sentir, sim...

Porque sinto que já não posso mais sentir...

É será para sempre?

Dormir acordada e acordar com meus sonhos em um lugar onde tudo é desconhecido

Se grito, minha voz se esvai

E um fio de som se perpetua pelo nada

Como se todos me ouvissem

Mas nada escutassem... Eles não podem me ajudar

É um negro túnel com uma luz no fim do caminho

Pareço estar tão perto e poder tocá-la

Mas cada passo é tão dolorido que não sei se posso prosseguir

E ela vai se distanciando, mas não desaparece... É um pontinho de esperança

As estrelas parecem brilhar tão intensamente...

Sorrindo para mim, mas são só aparências

Sinto que elas não dão conta da minha tão pequena existência

E então eu tento sorrir

Mas para sorrir eu tento recordar de algum momento feliz

E então é que, finalmente

Dou conta de que os momentos felizes foram todos vividos a seu lado, ilusão...

E eu fujo e tento me sustentar

Eu continuo fugindo e tentando me sustentar

Mas as mãos estão me acenando tão longe...

Escrito em 20 de março de 1980.