MUNDO DA DELICADEZA
Aguardei-lhe
Mas não lhe esperei
Quis-lhe, mas não a desejei
Perguntei mas não me respondeu
Se respostas haviam
Talvez nunca venha a saber,
A vida é mesmo assim
Vezes e revezes
Talvez tu sejas
O pedaço de mim apartado
Talvez seja o pedaço
Que um dia não deixei a mim agregado
Não sei ao certo
Se vítima
Se algoz
Vai lá saber
Procuro respostas
Mas ainda não as encontrei
Dizem-me os rábulas do saber
Que elas estão nos evangelhos
Quem sabe escondida
Nos rebuscados escritos de Nostradamus
Quem sabe Da Vinci levou-a com ele
Quem sabe se está em nossa frente e não a vemos
Decerto, que assim deve ser
Já que na natureza tudo está acabado
Só fazemos é combinar os elementos
E nos apoderamos daquilo que ela fez por si só.
Quem sabe quando cruzarmos a estrada da morte
Lá encontremos os umbrais da vida
Quem sabe a existência seja efêmera
E a vida eterna
Talvez a encontre
Nesses portais eternos
E já no mundo da delicadeza
Possamos sem nada dizer
Darmo-nos as mãos e seguir
Caminhando sem precisar nada dizer.