Branca de terror

“Deixa-me, fonte!” Dizia

A flor, tonta de terror.

E a fonte, sonora e fria,

Cantava, levando a flor.

“Deixa-me, deixa-me, fonte!

“Dizia a flor a chorar:

“Eu fui nascida no monte...

Não me leves para o mar”.

E a fonte, rápida e fria,

Com um sussurro zombador,

Por sobre a areia corria,

Corria levando a flor.

“Ai, balanços do meu galho,

Balanços do berço meu;

Ai, claras gotas de orvalho,

Caídas do azul do céu!”...

Chorava a flor e gemia,

Branca, branca de terror,

E a fonte, sonora e fria

Rolava levando a flor.

(Vicente de Carvalho)

Como a pobre flor do poeta, estou branca de terror.

Está se formando uma situação, da qual eu não sei se sairei incólume.

Mas, quem liga para isso?? Quero mais é viver a vida, com todos os riscos que me forem apresentados. Branca de terror, pronta para o que acontecer. Morrendo de medo, mas desejando o que pode ser que virá.

scarlett ohara
Enviado por scarlett ohara em 03/08/2010
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