Lavando a alma

Até ontem eu conversava com o amor,

Ele sempre citando frases lindas, sempre tão gentil e sedutor.

De repente vi que não era amor, era sim um impostor,

Se passou por sentimento, veio só pra causar dor.

Sinto meu coração ferver e latejar em meio a tantas frustrações, desesperado, ele pulsa forte a procura de algum abrigo, de algo que lhe traga paz em meio a tanto conflito. Não adianta eu tentar convencê-lo a nada, pois ele não ouve, ele não enxerga, apenas sente e se alimenta de sentimentos, que quando vazios, lhe causam dor, tormento, aflição… Mas ele aprende e tem boa memória, guarda bem em si o que é bom e o que não é pra ele, por tanto, ele pode se machucar por diversas vezes, mas jamais repete os mesmos sentimentos vazios. Quando sinto meu coração triste, procuro sempre viajar, respirar novos horizontes, eu particularmente gosto de estar em contato com a natureza, recarregar as energias, me renovar, ela sempre me faz lembrar quem eu sou e principalmente quem eu não sou. Não venho no intuito de encontrar respostas, eu não questiono a natureza em si, tão pouco, a natureza humana, que incapaz de dominar o próprio ego, está propícia a errar sempre. De pés descalços e caminhando sobre a areia, reflito ao som das ondas bravas que atravessam o mar e se perdem entre as rochas, sinto a brisa que beija a minha face, me trazendo palavras prometidas e que hoje jogadas ao vento, já não me causam mais impacto. Caminho até a beira do mar e sinto a água fria tocar os meus pés, mais cinco passos e a água já se encontra em meus joelhos, logo uma onda vem de encontro a mim, e assim, sinto o mar me envolver, beijar meu coração e lavar a minha alma, levando consigo todas as minhas dores e lágrimas.