Temos uma falha na comunicação!

As pessoas dizem que sou prolixo; ou seja, muito do que falo é recheado de coisas em demasia, de modo que poderíamos subtrair várias palavras, e já estaria bom o sentido daquilo que quis passar. Vês? Essa frase mesmo foi bastante prolixa, penso. Mas é interessante, porque:

Quando uma pessoa nos diz a palavra "ódio", a nossa concepção universal a respeito dessa sentença é produto de todas pessoas de que nós estamos ciente de que não gostam da gente, das pessoas que não gostamos, do que lemos em livros, do que vemos em filmes - pessoas se matando, se vingando -, do que aprendemos com nossos pais - somado ao que aprendemos com nossos amigos - e quiçá, estado de emoção pessoal, adquirido nos anos de vida que tens, daí por diante...

Quando uma pessoa nos diz a palavra "amor", a nossa concepção universal a respeito é produto de todas as pessoas que já gostamos, beijamos, nos atraímos, o que vemos em filmes, lemos em nossos livros, observamos e queremos para nós hoje e no futuro, e daí doravante...

Assim, os léxicos e vocábulos, como instrumentos de comunicação de um indivíduo para o outro, tem a ver com experiências pessoais. Inconfundíveis experiências pessoais que acabam se tornando falhas quando a gente tenta se comunicar e passar o real sentido de um fato, já que uma palavra pra um significa uma coisa, e pro outro, outra.

Retirando algumas palavras objetivas do nosso vocalubário, como "sangue, roupa, café" que por exemplo dependem unicamente de objetividade, assim também é com a maioria das palavras que requerem um caráter subjetivo de compreensão e análise.

Daí a preciosidade do linguajar cada vez mais rebuscado em palavras fortes e integrais (porém ao receptor compreensíveis), agregando mais coesos ditos (boas palavras) em simbólicas frases e discursos, objetivando sempre transpassar, com a beleza de uma arguição, o que subjetivamente se pretende dizer...

Portanto: Fale bastante, explique-se bastante!

Diga muito e rebusque um discurso e frase quando for conversar - claro que sempre atento à capacidade de recepção das pessoas a quem se designa.

Tanto porque, caso contrário, no final de tudo, as pessoas podem te compreender, entender e aceitar;

Mas raramente te sentir em verdade e bom tom.

Alexandre Bonilha
Enviado por Alexandre Bonilha em 31/07/2010
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