Rimanessencia (Mili)
Enquanto relembro o meu passado, eu vivo o meu presente, planejo o meu futuro e em cada momento eu sei de onde eu vim, quem eu sou e quem eu quero ser. Às vezes enquanto revelo fotos, gosto de ficar revendo imagens antigas, relembrar o meu passado, a minha infância… Confesso que às vezes sinto falta de muita coisa como; jogar bola com os pés descalços em meio ao barro seco, soltar pipa na laje, rodar pião, jogar bolinha de gude, nessa época eu nem andava de nike, eu comprava no camelô e era naika. Bons tempos por sinal, onde era mais bonito ver os desfiles de carnaval, onde tudo era feito pelas comunidades e não era infestado de estrelas globais, que chegam e se promovem, mas pra ajudar mesmo, não tomam nenhuma atitude, chegam e falam da comunidade, mas só conhecem as do Orkut.
Hoje os tempos são outros, às vezes acho que o Brasil já não tem cara e os brasileiros estão em extinção, muitos estão lá fora, onde perderam a humildade e fazem de tudo pela vitória, onde venderam a própria alma e onde pisam na própria história. Muitos vão embora viver a cultura e a educação lá de fora, pois não conseguem nem ao menos se auto educarem e os que ficam, agem como se estivessem em outro país, vejo pessoas querendo ser “gringas”, onde nos dias de hoje, ter atitude fake é a nova lei, the longer I'm here, I know what I say. Investem mais lá fora do que aqui dentro, compram roupas de grife, enquanto vivem ao relento. Não preciso estar lá fora pra saber o que é certo e o que é errado, o verde, o azul e o amarelo se perderam e, o dólar e o euro não param de crescer, mas a minha alma não tem preço, e o meu caráter não se molda através de um pano ou de um endereço. Efeito boomerang, são uns que vêm, outros que vão, os ricos ficam mais ricos e os pobres sempre na contramão. A igualdade não existe, e isso ta claro para quem quer ver, tente entrar lá na Daslu, vão te mandar lá pra Nestlé. È difícil viver hoje em dia, em um país onde eu sofro bullying por ser um cara honesto, onde roubar já não é crime, mas sou preso se eu me manifesto.
Mas a vida segue e ela sim nos ensina, mesmo diante de tanta hipocrisia, enquanto uns se calam e consentem, eu mando a real na poesia. Sempre atento e com minha câmera na mão, captando a realidade com a minha lente, ela nunca mente e me mantém com os pés no chão.