A influência das mulheres na escrita do autor
Há dias que pego no teclado para redigir crônicas e me deparo com a sensação que tenho companhia na sua elaboração - as mulheres da minha vida são co-autoras do que escrevo.
A necessidade de escrever chega no mesmo grau que as mulheres na minha vida, quando elas entram, eu saio... da rotina e me transformo.
O escritor será sempre um ser teimoso e irascível, que gosta de mulheres mais novas para sentir que sua escrita continua jovial.
A vontade que tenho de dar rosto a essas mulheres é tão grande que na hora “H”, simplesmente volto a trás e decido misturá-las no meio das palavras de forma personificada.
Para o escritor há dois tipos de mulheres: as reais e as ficcionais, elas se misturam e se separam no momento certo.
A mulher é o perfume das palavras, sem ele, as palavras tornam-se inertes.
A teatralização em que o autor entra não é mais do que uma forma de encenação artística, em que a mulher aparece subjacente ao enredo como personagem central. E o escritor se torna um simples figurante da narrativa.
Mas os perigos espreitam a todo o instante, a mulher jamais poderá se tornar dona do escritor; é preciso que ela se comporte no papel que lhe é remetido. Caso contrário, teremos um escritor amordaçado à sua própria criação e impedido de voar.