Roupa...
Dorme uma flor no leito de um rio
Foi tirada a flor que deixei em meus ouvidos
Para não escutar o que a força das coisas ruins leva
Um sol dorme diante do meu olhar.
Tendo a certeza que o vento o levará.
Fico fora do meu eu, que não para de me chamar.
Já ouvi as estrelas mais ainda posso te ver passar
Dentre as luas e as flores escolhi o meu jardim
Para cheirar uma rosa esguia que ainda dorme em mim
Falta um pedaço do tempo na minha criação
Deixo rosas, mas como uvas, dentro do meu coração.
Cada verso que escrevo uma porta de mim mesmo
Entro nela sem ter medo, para ouvir o que ainda tento.
Dispo-me para quem quiser ler
Pensar em verso, é dizer quem sabe, o que deixei de fazer.
Nunca crio o que não me aconteceu
Como diria Fernando, finjo completamente.
Mais nunca perco o teor daquilo que se sente.