Distante.

Mais do que palavras,

o silêncio reina.

Seria desnecessário qualquer que fosse a conversa,

se dali não surgiria nenhum entendimento.

Ela botou as mãos nos bolsos, deu as costas e saiu,

caminhou até a varanda e ali ficou parada,

contemplando um nada

nada interessante...

Ninguém entenderia o desejo de partir.

Uma fuga discreta para outros mundos nunca percorridos,

um lugar aonde o silêncio corrigisse mais os erros cometidos,

daria forma aos pensamentos mais mirabolantes,

correria, todo dia, numa vida menos constante.

Mais do que o normal,

o diferente lhe atiçava.

E ali ficou por horas,

vez ou outra fumava um cigarro.

Pensava no que faria de ali em diante,

mas nenhuma solução lhe agradava.

Numa mania de viver mais intensamente e delirante,

acabou se perdendo num sentimento que não conhecia,

e por lhe agradar mais o complicado que o confortante,

mais do que por perto,

preferia estar distante.

Bia Guedes
Enviado por Bia Guedes em 27/07/2010
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