Distante.
Mais do que palavras,
o silêncio reina.
Seria desnecessário qualquer que fosse a conversa,
se dali não surgiria nenhum entendimento.
Ela botou as mãos nos bolsos, deu as costas e saiu,
caminhou até a varanda e ali ficou parada,
contemplando um nada
nada interessante...
Ninguém entenderia o desejo de partir.
Uma fuga discreta para outros mundos nunca percorridos,
um lugar aonde o silêncio corrigisse mais os erros cometidos,
daria forma aos pensamentos mais mirabolantes,
correria, todo dia, numa vida menos constante.
Mais do que o normal,
o diferente lhe atiçava.
E ali ficou por horas,
vez ou outra fumava um cigarro.
Pensava no que faria de ali em diante,
mas nenhuma solução lhe agradava.
Numa mania de viver mais intensamente e delirante,
acabou se perdendo num sentimento que não conhecia,
e por lhe agradar mais o complicado que o confortante,
mais do que por perto,
preferia estar distante.