Devia ser fonte de Amor

Devia ser fonte de Amor.
 
Sou negro, mulato, índio, de pele branca
 Sou vermelho de vergonha pela fraqueza de nossa humanidade
  Devia ser roxo de revolta, por este mundo mesquinho que criamos
 
Sou descendente e sou miscigenado
 Sou de tudo um pouco
  O conceito de raças não se aplica, pois a globalização reprodutiva é total
 
Sou terra, sou água e sou ar
 Jamais serei fogo
  Posto que o fogo é uma ilusão imaterial
 
Sou crença, sou ciência
 Sou imagem e sou real
  Sou orgânico e sou mineral
   Sou produto e sou mutável
    Sou mental
     Mas antes sou biológico, sou químico, sou físico e imanente
 
Sempre sou filho
 Às vezes sou pai
  Mas ao longo da vida
   Preciso aprender a ser irmão
 
Sou essência e sou mistura
 Sou presença e sou falta
  Sou eterno em meu presente
   E tenho a morte como uma das únicas certezas
 
Sou energia e sou matéria
 Sou doação e sou necessidade
  Sou razão e sentimento
   Sou conceito e preconceito
    Sou pensamento que vagueia sem parar
     Posto que sou também inconsciente
 
Sou determinação e sou transformação
 Sou genético e sou fenótipo
   Sou dominante e recessivo  
    Sou entrega e recepção
     Sou complexo, sou múltiplo e sou Humano
     Devia ser fonte de Amor

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 16/07/2010
Reeditado em 17/07/2010
Código do texto: T2382257
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