Sabe quando a gente viaja?
Me disseram outro dia para viajar. Confesso o quanto refleti, confesso que agradeci o ‘conselho’ e confesso que senti uma enorme vontade de retribuir. Sabe aquela vontade grande de fazer algo descarado? Eu faço isso, o máximo que posso. Pena nunca antes ter feito na escrita. Mas existe alguém que merece, verdade seja dita, isso de mim. Não existe mais uma voz escondida. Os timbres mais interessantes, persuasivos, brincalhões, sedutores, sinceros e nostálgicos já foram usados. Na verdade, não ficou bem uma voz, não a reconheceria no telefone, mas ficaram os olhares, trejeitos, pedidos, despedida. O prazer é sempre nosso. Falta agora alguém para esconder a cara quando eu resolver brincar de constranger os outros. Mas deixe estar. Quem me disse ”viaje” gosta, certamente, de viajar. Espero, junto com as estrelas que daqui fugiram ao me ver e ao te ver chegar.