Divagações sobre Castro Alves, Álvares de Azevedo e outras pessoas.

Castro Alves só é conhecido por sobrenome!

Álvares de Azevedo também!

Ah! Byron! O que você trouxe para eles?

E a tantos outros?

Um romantismo com jeito de dissabor,

Sofrimento em palavras de lágrimas!

A moda veio lá da Inglaterra!

Mas é tão estranho ler algumas poesias desses jovens;

Alguns citam detalhes, que hoje as pessoas se repugnam...

Para Álvares de Azevedo, que estava com tuberculose,

o que ele escrevia, sobre amor,

era como se estivesse morrendo de amor!

A impressão que passa era que ele queria desabafar sua tristeza de vida

num amor não correspondido ou num forte a avassalador amor...

Acho que foi uma fuga para a dor...

E aquelas tantas reticências que usava?

E outras características bem próprias e até inconfundíveis!

Algumas repetições, enfim.

Castro Alves, qual seu primeiro nome?

Ou seu nome seria mesmo Castro?

Sei que não, mas pouquíssimas pessoas se ligariam em procurar saber!

Aquela atriz que você amou tanto!

Ela correspondia ao seu encanto?

Ou sua luta contra a escravidão,

por ser mestiço, embora na aparência deve ter puxado bem o pai,

sua luta por fim, de certa forma, foi ganha!

Lutou com rosas, com orquídeas,

e no navio negreiro, viajou na imaginação;

E sofreu pelos irmãos de seu coração!

Contudo, a escravidão de certa forma ainda persiste...

só não naqueles moldes dos anos do século XIX.

Suas poesias eram escritas manualmente?

Ou já havia máquinas de datilografar?

Já pensou se tivessem computadores com seus teclados?

Talvez até conseguisse escrever mais,

Hoje há escravidão ainda,

De diversos modos, como eu disse!

Se pudesse escrever algo sobre isso,

pois você sempre lutou contra ela, não é mesmo?

Um exemplo, somos escravos da morte!

Muitos são ainda discriminados por outros;

E qual poesia sua faria um som de alerta?

Por que amava tanto olhos negros?

Se muitas mulheres acham que a cor azul é a mais linda...

Coitada de minha tia com seus olhos azuis,

Não era mais bonita que outra irmã de olhos castanhos;

Nem foi considerada a moça mais linda do bairro!

Minha mãe disse com certo orgulho talvez;

Que ela foi considerada tão bonita...

Que era ela a moça mais linda do bairro!

Quem sabe pudesse disputar ser a mais bonita da cidade!

São coisas já passadas, mais de cinquenta anos;

E o acordo que fez com sua irmã de olhos verdes?

Pelo que sei deu certo!

Acabou com o costume mau da família!

Pelo menos nos seus casos;

Sei que vinha tais coisas mais da sua mãe,

e sei da angústia de seu pai!

Algumas características dele a senhora assimilou,

E legou muitas para mim!

Muitas coisas eu admiro muito da senhora,

E sua filha Rosana, também reconhece com valores incontestáveis,

Quantas vezes ela foi sua psicóloga!

Quantas vezes eu buscava ajudar, levar ao médico com meu carro da época; Isso é mesmo obrigação dos filhos!

Ninguém, porém, é perfeito neste mundo!

Pensei numa ilusão própria de muitos;

Que a senhora nunca partiria...

Nem a poesia de sua vida...

Fosse o papel que se rasgou no tempo...

Eu pediria para aqueles poetas de renome...

Para elaborar um poema de homenagem à senhora!

Minhas palavras dizem só um resumo,

Só a Rosana e o Jeferson é que sabem mais;

Coisas de um amor forte, mas eu também vi com meus próprios olhos;

Em épocas anteriores, veja que caráter infundiu na sua filha Rosana e na Simone também!

Que a senhora disse que pôde dar tão pouco,

E ainda assim ela retribuiu sempre;

E tanto! Sei de tanta coisa boa da senhora;

Anos antes ainda de dormir num sono profundo!

Achava tão bonito a senhora paparicar meu filho;

Comprar presentes, lembro daquele jacaré lindo que piscava luzes lindas;

E quem sabe eu tenha retribuído muitas vezes;

Esclarecendo coisas que não são minhas;

E como a senhora prestava atenção!

Amava eu visitar só para isso, depois de um almoço de uma comida

deliciosa! Eu falei no começo de Castro Alves e Álvares de Azevedo,

E poucos saberiam quanto tive em comum,

mas a senhora virou uma leoa,

E, coração de mãe, esquece tudo, todos os filhos cabem dentro do coração!

Nunca vi guardar ressentimentos,

e mesmo mais velha, quantos quiseram casar com a senhora!

Eu bem sei, e a senhora dizia sempre não,

Até mudou o número de telefone por isso!

Se Castro Alves ou Álvares de Azevedo tivessem uma mãe como a senhora, eles escreveriam muito mais, e haveria tanta coisa para se ler agora...

Obrigado!

Wanderson Benedito Ribeiro
Enviado por Wanderson Benedito Ribeiro em 15/07/2010
Reeditado em 23/10/2013
Código do texto: T2378594
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