A algoz inocência do amor.

O “você” que estava em mim, era na verdade, o “eu” que eu sempre quis pra mim. Ilusório e passageiro. Breve felicidade que o vento do “seu você” levou. Arrastando consigo, parte da felicidade que já era minha, me diminuindo. Me acabando em desilusões que sustentavam minhas inspirações, meus dias; A vida do ontem que me dava a certeza de um hoje diferente deste. Tenho fome. Não tenho mais do que me alimentar; Você era a bebida e a comida. Agora, minha vida se resume ao vazio. Vazio de mim mesma que você deixou. Sugou. Levou até o que não lhe pertencia. Pobre inocente, roubou-me como uma criança rouba um objeto qualquer por lhe agradarem as cores. Fiquei eu, no “preto e branco”, mais uma vez perplexa com a incapacidade do amor. Ou até mesmo de extrair este sentimento, tornando-o verídico. Tenho dó dos próximos pedaços de mim que ainda estão por desaparecer; Eles não têm culpa. Não há culpa, há apenas um choro silencioso de um bebê que olha ansiosamente do berço para sua mãe, e pede por seus braços. Mas não exige, apenas pede.