Eu sou...

Eu sou...

Uma jovem de quase 38 anos, trabalho desde os treze anos, mas desde os quatro anos minha mãe nos ensinou a lavar as louças, a limpar a casa, “trabalho não mata ninguém”, cresci ouvindo essa frase.

Das muitas profissões que tive, fui professora, vendedora, agente administrativo nível I – concursada efetivada no sétimo andar próxima ao gabinete do prefeito.

Fiz várias monografias nas áreas: da educação, administração, direito (área dos crimes hediondos), em nenhuma dessas monografias a nota ficou abaixo de nove.

No meu currículo de pagadora do INSS constam três anos e alguma coisa, por onde trabalhei eu era muito jovem e não podia ter registro.

Cirurgiei-me aos 29 anos do coração, não aceitei na época me aposentar, pois eu achava que a aposentadoria era só para inválidos, no que meu médico concordou.

Nestes dias atuais surgiu-me a oportunidade de aposentar-me, então busquei fazer o que me era devido, busquei meu médico e lhe expliquei a situação. Pedi-lhe meu histórico médico e ele me respondeu assim:

_ Eu sou médico perito federal e você não tem nada que diga que você mereça se aposentar!

Eu ouvi um sermão sobre quem tem direito e quem deve se aposentar neste país.

Pensei: Os juizes corruptos, os presidentes, os prefeitos, os governadores, os vereadores, os senadores, os deputados, os amigos, parentes e irmãos de alguns corruptos, são esses né?

Depois de ouvir o sermão eu lhe perguntei:

_ Qual o dia em que estive aqui para lhe pedir pela aposentadoria?

_ Qual dia eu solicitei de você algo ilícito?

_ Quando fui chamada para ser funcionária fantasma eu me exonerei do serviço publico.

_ Eu não fui atrás, vieram até mim dizendo que eu tenho direito. E eu então me pergunto: “Será isso uma prova, um testemunho no momento difícil pelo qual passo?” Não sei! Mas agora estou pagando pra ver!

O que Deus deseja de mim? Aceitação ou recusa como fiz no passado?

Todas as manhãs eu me levanto e peço a Deus que se for para o meu sofrimento e futuras dores que Ele afaste isso de mim, mas se eu tiver mérito que eu possa receber.

Peço a você que leu que ore também, “porque só aquilo que não lesa ninguém é digno de ser recebido!”

Um abraço fraterno!