Coletivo enganado

Mesmo assim não te peço, embora,

Eu quisesse e não fosse ruim.

Eram tantos os cantos

Que outros em prantos

Choravam por liberdade.

Esqueci minha vida

Era uma saída

Para não se esconder.

E que fosse morteiro

Desafiava o guerreiro

Nossos compromissos

Nossas lutas.

Banalizaram o popular

E se tornou algo improdutivo.

Alimentaram nossos desvios

E jogaram o resto no lixo.

Não que eu pense algo novo

E que seja o verdadeiro

Classifico o prioritário

Como a vida sendo feita.

Não escrita por alguém

Que pensou por sua cabeça,

Que escreveu por suas mãos,

Que pintou o seu retrato.

Que te fez ficar borrado,

E não deixou se apagar.

Que eram deuses, reis e domínios.

E toda as suas garantias,

E prazos de validade.

Venci no rótulo,

Na propaganda estou superado.

Olha o boi vindo na nossa direção,

minha gente.

Ou fica na reta ou pula nos muros.

Respostas e soluções e todas as premissas necessárias.

Eu já esqueci de pedir clemência.

Só a liberdade é luz.

Desculpem os religiosos,

Mas já são cinco mil anos de alienação.

Se me minha fé for verdadeira

Quebro todas as correntes que me prendem aos dogmas

E suas verdades absolutas.

Os homens estão enganados

E tentam se enganar de novo.

Deus, qual seja seu nome,

Seu destino, e suas preocupações,

Mesmo que não exista

Vou viver, consciente.