Tédio.
A solidão já não traz mais a boa e velha inspiração. A saudade, também, não é algo que afeta daquele jeito impiedoso – quase sádico – de antes. Talvez seja apenas uma questão de momento e lugar. As multidões, o contato com pessoas estranhas (que não trazem em si qualquer sensação de conforto ou rascunho de felicidade no olhar), são os responsáveis pelo vazio, pelas mais constantes e profundas divagações – tal como ocorre nos ônibus, praças salas de aula ou parques. Quando o ambiente, por si só, é dotado de grande neutralidade – como uma grande biblioteca vazia e calada – ou qualquer aspecto que lembre a paz, pura e simples, não há muito no que se inspirar. Não dá vontade de ler, estudar, tampouco de pensar. As idéias somem, deixando em seu lugar um vazio de outra espécie...
(14/05/10 - Na Biblioteca)