AMAMOS
AMAMOS
 
      Os que me conhecem mais de perto sabem exatamente o que penso sobre os céus. Não creio no transcendente. Porem nunca me dei o direito de não respeitar a vida, respeitando todos os seres vivos. Assim, apesar de não crer no “celeste”, compartilho uma afinidade grande com o simbolismo de Fraternidade, Amor e Doação, que os cristãos possuem.
 
      Como não podia deixar de ser para mim, tento ser ético durante todos os dias do ano. Sinto como uma obrigação, de reforçar a todos, o quanto a VIDA é importante, e o quanto ela deve ser profundamente respeitada. Mesmo com a improbabilidade de sua existência, a mãe natureza é prolixa em nos mostrar que probabilidades mínimas são o suficiente para que ela demonstre seu dinamismo na arte de criar.
 
      Vida unicelular, vida multicelular, 5 reinos, invertebrados, vertebrados, peixes, anfíbios, mamíferos, homo-sapiens, cérebro, mente e aqui estamos todos nós. Todos somos filhos de uma improbabilidade grande, que passo a passo,  através de sucessivas e continuas mudanças nos permite trabalhar juntos.
 
      Devemos nos lembrar daqueles que sofrem dores físicas e morais, daqueles que sofrem da amargura de não poder ter AMIGOS. Devemos nos lembrar dos que passam fome, dos que sofrendo das amarguras das guerras, perdem familiares e amigos que muito amam. Devemos também nos lembrar daqueles que passam pela vida sem descobrir que o AMOR é um estado interno, que o AMOR não vem de fora, que o AMOR não requer retorno ou retribuição. AMAMOS porque o AMOR dignifica a vida, dignificando os seres vivos, entre eles os humanos, que povoam este mundo.
 
      Amamos porque do Amor aprendemos que a nossa vida é sempre muito melhor do que no fundo a merecemos. Amamos porque é o mínimo de gratidão possível para com a mãe natureza, que nos permitiu chegar aqui. Amamos porque o AMOR é um ato consciente. Amamos porque o mundo já tem tantas maldades, tristezas, dores, que é o mínimo que podemos fazer, buscando minimizar este estado de ausência de humanidade.  

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 01/07/2010
Reeditado em 01/07/2010
Código do texto: T2352508
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