Vida
Escrevo da vida.
Digo como ela é sofrida.
Dolorida.
Impiedosa às vezes.
Cruel em outras.
Mas tem que ser vivida.
Percorrida.
Seguida, pois ela continua.
Não para e vai descansar.
É continua e sempre sentinela.
Engole os dias, meses, anos e séculos.
Mergulha em profundezas absurdas.
Vai além do espaço.
Penetra todos os buracos.
Derrete o solo.
Imunda os céus de cinzas.
Faz do sol seu coração.
Dos ventos sua fúria e mão.
E dos temporais e chuvas.
Suas lágrimas.
Quando alguém a afronta.
Amiga fiel da natureza.
Castiga multidões e civilizações.
Em nome da esperança.
Palavra essa que sustenta.
E mantém acesa muitos corações.
Que inocentemente pagam preços.
Com sua própria vida.
Que covardia.
E assim a vida continua.
Dia após dia.
(Armando)