Monte de gente limpa, monte de roupa suja.
- Passando pela rua, passava das 11.
É quando percebemos o quanto levamos a vida pouco a sério, e vivemos cada pessoa em seu mundo.
Uns vivem para o próprio pesar, outros para a sustentação de outra pessoa, alguns pensam em garantir o futuro, e muitos vivem apenas do presente.
Quem nunca passou num lugar, ou viu uma foto, e pensou, relembrou, chegou a chorar pelo momento?
As vezes a preocupação com seu EU é tão grande que não percebemos tantas coisas:
Prédios sendo construindo, árvores sendo derrubadas, pessoas dizendo adeus a todo momento, o telefonema corrido, o dia perdido, o medo, a paisagem. Perdemos as verdadeiras essências do dia-a-dia.
Lemos o jornal apenas por costume, ouvimos o noticiário apenas para passar o tempo, cortamos o cabelo uma vez ao ano, pouco nos importa a cor da nossa meia, ou se estamos com olheira.
Somos como robôs, pessoas em liquidação, colhidas em propagandas e estampadas photoshopcamente em capas de revistas e banners. Pequenas crianças fazendo comerciais se TV, trabalhando e chorando como adultas, falando e lendo melhor que adultos.
E outros apenas lutando para sobreviver.
Famintos, gulosos. Preguiçosos, cansados. Pobres, ricos. Brancos, pretos. Sonhadores, realistas.
Dia, noite.
Morte, vida.
(eu luto por tão pouco, e alguns de luto por tantas pessoas.)
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