Tardes du gueto
Tardes du gueto
1.
POUSO OS OLHOS SOBRE A MINHA COMUNIDADE...
PODARAM-ME AS ASAS, POUSO FORÇADO...PAUSO SEM VONTADE.
DESPEÇO-ME DO VENTO FRIO E FORTE, DOS MEUS IMPULSOS
E SALTOS DESENFREADOS PARA A MORTE.
MINHAS QUATRO RODAS, ERAM A RAIZ E SUPORTE
QUE ACOMPANHAVA OBEDIENTE O CORPO
ENQUANTO DESPENCAVA NAS LADEIRAS DO LADO NORTE.
DESTEMIDO...DESBRAVAVA NAS CHUVAS E TROVOADAS...
PREVENIDO....OUSANDO EM MANOBRAS PREVIAMENTE ARTICULADAS
E NO FIM DA TRAJETÓRIA DE UMA LONGA CAMINHADA.
ERA COMO VER A REVOADA DOS VAMPIROS...
AOS PRIMEIROS RAIOS DE SOL DA TEMÍVEL ALVORADA.
2.
COLETIVIDADE É A CHAVE QUE ABRE NOSSAS GRADES...
UM DIA ESTIVE NO CÉU PARA MINHA MAIOR COMODIDADE.
DESCOBRI, QUE TAMBÉM MENTE, QUEM DITA UMA VERDADE!!!
3.
ESTOU NO CHÃO?...
OU SERÁ MAIS UM SURTO DE REALIDADE?
VEM À MIM O INCÓGNITO CIDADÃO...OU SERIA MAIS UMA CELEBRIDADE?...
E ELE PASSA SEM AMOR OU HOSTILIDADE...E SEMEIA EM MINHA MENTE,
COMO QUEM APLICA UMA PANCADA, A LEMBRANÇA INCONSCIENTE DE QUE UM DIA TIVE ASAS...
E ESTA LINHA RETA, INCERTO ANGLO DE VISÃO...
DIVIDIA-ME , REDUZIA-ME A FRAÇÃO...
4.
DEDICA-TE UM PRANTO O POETA, SÃO TRISTES AS TUAS RUAS, TÃO DESERTAS.
DESPERTA MINHA ALMA, QUANDO SURGE A LUA MESTRA.
E A COISA TODA É ESTA, BUSCA BRISA, BUSCA FRESTAS...
QUE ME CONDUZAM A INTERMINÁVEIS DESCOBERTAS...
ATE QUE UMA DELAS EU NÃO POSSA SUPORTAR.
ALGUNS EXPLORAM TUA ESTÉTICA, ENQUANTO TE EXPLORO O INTIMO...
NO DESEJO ÍMPIO DE TE CONTAR...TRANSFORMAR-TE EM POESIA...
NUM TEXTO LÍRICO NARRAR... TUAS FAÇANHAS E TEUS MITOS...
VER O TEU TETO DESABAR.
Louiz de Medheiros