Brilhos na Escuridão
Na escuridão da jovem cegueira, pontos brilhantes se destacam.
Existem os fracos brancos da pureza, e os vivos vermelhos da dor; existem os raros marrons da certeza e os mistos de cores da nacionalidade.
Existem as misturas de todas as cores; uma pessoa com um ponto branco no coração, cercado de grandes pontos vermelhos. Um marrom esmagador na cabeça, dando o indesejado conhecimento.
E por que as cores se destacam? A humanidade deveria ser uma enorme explosão de cor, na realidade; opiniões e mentes diversas, e não uma grande manta preta sobre tudo. Mas a manta foi puxada sobre os olhos de todos, voluntariamente; ninguém quer ver a realidade. Os pontos coloridos e brilhantes são simplesmente os que vêem, querendo ou não.
A pureza é rara e fraca. Pontos dessa cor não deixam sua moral ser coberta pelo preto, mas permitem que o resto seja.
A dor é extremamente forte e freqüente; mas ela só mostra parte da realidade, só descobre parte do manto. A dor força os olhos de alguém a se abrirem para ela, e cada dor exprime uma realidade.
A certeza pode ser a pior de todas as cores. É quando o manto é quase — ou completamente — removido, mostrando à pessoa marrom o mundo e todos os seus paraísos e infernos. Mas o paraíso é falso, não? O manto criava essa ilusão. Não existe mais manto. Não existem mais os paraísos que pareciam existir. Aquela pessoa já não parece te amar, aquela substância já não parece te fazer bem. E só o inferno sobrou.
Verde e amarelo são somente um manto a mais; por cima da escuridão, o nacionalismo impede a verdadeira visão do lugar.
E agora lhes proponho a cansativa reflexão: quer ser um ponto destacado ou a escuridão te satisfaz? Se não te satisfaz, meu amigo, saiba que você já é um ponto brilhante. Você já não pode se cobrir, não pode voltar à cegueira. E apenas você pode dizer se a claridade lhe foi mais boa do que ruim.
Não, não é?