Quanto mais eu creio que me conheço

     Quanto mais eu creio que me conheço, mais eu me surpreendo com minha capacidade mesquinha de esquecer do mundo.

     Quanto mais eu me imagino digno, mais eu me espanto com minha personalidade profunda, aquela que os outros não vêem.

     Quanto mais eu busco ajudar, mais eu me assombro com minha pérfida vaidade, de agir conforme uma imagem esperada.

     Quanto mais eu pareço construir algo de bom, mais eu fico pasmo com minha ignorância da vida, com minha ausência de mim mesmo, com minha insensibilidade poética do mundo de bem, e do mundo dos justos.

     A vida me faz autônomo, o mundo me faz animal. Meu Amor me ajuda a ser humano, me ajuda a buscar uma ética sincera, onde tanto o lado animal, quanto o automatismo insensível e estúpido possam ser superados em nome de uma racionalidade ética, de uma dignidade mínima e de um principio humano de viver.


Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 24/06/2010
Código do texto: T2339070
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